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Dos Amores Que A Vida Me Trouxe E Eu Não Pude Viver
“…dos amores que a vida me trouxe e eu não pude viver…” (Trecho da música “Medo da Chuva, composição Raul Seixas e Paulo Coelho, interpretação Raul Seixas)
Deitada e insone ela rolava na cama. O marido ao lado dormia serenamente. Como uma fêmea no cio seu corpo queimava. Nunca entendeu muito bem o casamento. Considerava uma instituição estranha. Onde se compromete com o que não se pode cumprir. Ou não sabe se vai poder cumprir. Quem determinou que o amor é pra sempre? Paixão acaba e a rotina corrompe o amor. Pensava que casamento é uma sociedade comercial e não amorosa. Sabia que muitos casamentos eram só aparência. Paixão, sexo, tesão… Tudo acabava e a insatisfação era tudo que restava. E assim era o seu… Será que havia algo errado com ela? Será que só ela não conseguia sentir desejo e prazer sem o fogo da paixão? Talvez ela fosse muitas em sua essência e todas queriam estar apaixonadas. E ela ali presa àquele casamento que não a satisfazia mais. Bem ali na esquina quem sabe uma paixão não estava esperando por ela? E aquele vizinho que quando a olhava a fazia se sentir nua? E quantos amores a vida talvez tenha reservado pra ela? E ela ali ardendo em desejos… Em seu íntimo queria não ser tão racional e certinha. Queria mesmo era ser feliz… Queria mesmo era se entregar à volúpia de uma paixão…. E a vida lhe apresentou à paixão que tanto esperava. E o conflito tomou conta. Queria viver aquela paixão intensamente. Mas tinha profundo respeito e apreço por seu marido… Mas não resistiu e se entregou. Sentia-se leve, feliz, plena de satisfação. Bem como a paixão faz com as pessoas. Mas a tristeza da culpa nublava a beleza da paixão que vivia. Olhava pra seu marido e sentia-se mal. Mas o divórcio existe pra resolver estes dramas Lá foi ela livre e feliz. Jurou pra si mesma que jamais se casaria novamente. Sim. Nunca mais fugiria dos amores que a vida lhe trouxesse. E se não trouxesse, ela estaria ali esperando… Sem amarras, sem insatisfações, sem culpas. Aberta à vida plena…
Nádia Gonçalves
Enviado por Nádia Gonçalves em 22/12/2023
Alterado em 23/02/2024 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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