Bom Da Vida

Bom da vida não se explica só se sente, o desejo toma conta e a razão só assiste.

O coração dispara sem pedir licença, a boca já sabe o caminho antes do pensamento.

Beijo molhado, língua atrevida, mão que sobe sem freio e desce com intenção.

Beijo com gosto de agora, mãos que se procuram, corpos que se reconhecem no escuro.

Corpo pedindo, o outro atendendo, pele chamando, sentido respondendo.

O tempo desaparece e só existe o agora úmido, quente, latejante.

Bom da vida é viver uma paixão que acende até os ossos.

Sentar no colo como quem se encaixa no próprio destino.

Ficar por cima, por baixo, de lado, de frente, de costas…

Feito dança que ninguém ensina, mas o corpo aprende.

Cavalgar com doçura alternando o ritmo entre a vontade e o delírio.

Ser caça e caçador, misturar peles e sabores, gemidos e sussurros.

Bom da vida é esse instante sem tempo onde o desejo domina e o pudor pede folga.

Corações acelerados deixando de lado a razão em nome do momento vibrante.

Entrega sem censura no chão, na varanda, no sofá, na cama…

Olhar selvagem, boca faminta, corpo dizendo sim a cada toque.

A vida se justifica não em promessas, mas em minutos de prazer…

Inteiro, quente, voraz. Como se o mundo fosse se acabar.

Bom da vida é paixão que queima, que bagunça o juízo e arruma a alma.

Depois a exaustão boa, corpo mole, sorriso besta…

Lençóis bagunçados, gozo no ar, na alma, no cheiro.

Querer que não passa, sem promessas, sem culpa

Só a verdade do querer mais que querer bem

Silêncio, corpos colados, suspiros…