No vazio da madrugada o mundo repousa em silêncio, os ruídos da cidade adormecem
A lua, cúmplice dos que amam em segredo, derrama sua luz prateada sobre os lençóis
O tempo parece suspenso e teu rosto me visita como se fosse presença
Como se tua mão passeasse pela minha pele, tua boca tocasse a minha
Como se teus braços me enlaçassem na carícia invisível dos pensamentos
A cidade dorme, mas em mim tudo desperta
O toque de tua pele incendeia os sentidos
Imagino tua boca onde ela sabe ser fogo
Teus dedos escrevendo em minha pele um poema sensual
Eu me entrego à paixão sozinha, em silêncio
Mesmo que seja só desejo é mais real que qualquer sonho
Como se teu sangue corresse em minhas veias
A madrugada é feita de tudo aquilo que não se ousa dizer à luz do dia
O amor se despe do formal e se faz toque imaginado, desejado
Teu nome é oração em meu silêncio
Teu nome pulsa nos cantos secretos do meu peito
Teu nome vem úmido em meus lábios como quem pede e se oferece
Teu amor é abrigo no frio das horas vazias
Mesmo sem estarmos lado a lado há um fio imaginário que nos une
Feito linha tênue entre o real e o etéreo
Entre o que é e o que poderia ser
Na madrugada o amor não precisa razão
Apenas se desnuda…
Lindo Haikai de Cláudio Bertini
Lua da madrugada
Adentra neste meu quarto
Sensações da pele