Amor pousa leve como uma pluma e ocupa espaços no coração e na alma
Tão leve que não se sente a presença, mas expande o coração e sustenta a alma
Pousa quando menos se espera, sem pressa, sem urgência, sem pedir licença
Deita sobre o instante como sombra fresca em um dia ardente
Em silêncio diz tudo e acende no coração uma chama violeta conectando a vida
Amor é abstrato, nada o contém, é suave, não se apalpa, mas se acaricia em pensamento
Amadurece como fruta no mais alto galho da alma
É sopro, suspiro, dança que se baila descalço.
É quase nada, no entanto é tudo
É névoa azul que aquece alma e coração
Amor é sopro de mundos invisíveis, chamado que existe antes da memória
Paira trazendo consigo a respiração do sagrado
Não se vê, não se prende, mas se deixa ficar no coração alegrando a vida
É eco de estrelas que brilham
É promessa de amanhecer ensolarado dentro do peito
Amor amadurece como fruto celeste regado por luz que não se apaga
É enigma suave que sustenta universos
Pousa leve como quem chega a um lugar sagrado
Como um oráculo feito de ar, espírito que flutua sobre a vida
Busca os que estão abertos à luz
Amor pousa sobre a pele sedenta, no coração que silencia, na alma que voa
É sopro, véu, rito oculto dos que veem com olhos fechados
Chega como leve luz violeta, fria, mansa, abençoada
Traz memórias não vividas, promessas não feitas, mas que já existiam desde sempre
É mistério em estado puro, emanação do sagrado, anjo de brilho raro
Amor não se explica, acontece como visões que surgem em noites de luar
Como um perfume invisível, como chama que toca sem queimar
Como música que inebria e encanta a alma, como dança ao vento
E quando se vai deixa um templo secreto, um altar onde a alma vai rezar